Por Maria Fernanda Romero
Agradeço pela minha liberdade, ao mesmo tempo que percebo que hoje ela é o que me prende. Talvez a liberdade seja a prisão mais perigosa da vida. Porque ela se disfarça. Ela é o convite para um leque de caminhos. Mas ela não oferece bússola.
Ela é o leme do barco. Sem prever as tempestades.
Ela é o salto, sem nem olhar o tamanho da queda.
Liberdade é a genuína essência do homem. É direito.
Mas é também escolha.

A mais difícil das escolhas, porque não oferece opções ao mesmo tempo que engloba todas as opções.
Ser livre é tão subjetivo!
A minha liberdade é saber reinventar em todas as situações, sem me prender em conceitos e definições. Minha liberdade transmuta o medo e permite o fluxo. Ela é movimento, constante ou inconstante. Ela questiona.
Ela se tornou um vício discreto e silencioso. Há quem diga que o silêncio é como o vazio. A ausência de significado e de sentido.
Enxergo o silêncio, o nada e o vazio como oposições que trazem sentido, mas nenhum significado pode ser fixo.
Assim como a liberdade.
