Por Maria Fernanda Romero
Revisão Clara Porta Guimarães
Imagine uma ilha paradisíaca na costa da Tanzânia, na África Oriental. O que vem à sua cabeça? Pense em um mar claro, vegetação verde viva, frutas doces, especiarias várias… cúrcuma, cravo, canela… e o cheiro delas mesclado com a maresia.
Pense em uma população bem humorada, em canções em swahili, em flores cor-de-rosa. Tudo isso poderia definir Zanzibar, mas ainda seria muito pouco considerando tudo que essa ilha pode oferecer.

Como chegar em Zanzibar?
O aeroporto da ilha é super pequeno. Mesmo assim, lá chegam vôos de diversos lugares do mundo. Outra opção para acessar a ilha, é pegar a balsa em Dar Es Salaam, a ex-capital da Tanzânia. A travessia custa 35 usd.
Para entrar na Tanzânia é necessário um visto no valor de 50 usd e um comprovante de vacina de febre amarela. O visto é obtido na entrada do país, tanto no aeroporto de Zanzibar, quanto no aeroporto de Dar Es Salaam, e também nas fronteiras terrestres.
O que fazer em Zanzibar?
Todas as praias da ilha são excelentes e todas têm sua particularidade. No sul, a tábua da maré varia tanto que às vezes parece uma praia deserta, sem mar, e, horas depois, o mar sobe até as casas construídas na frente da praia.
Kizimkazi é o extremo sul da ilha e é muito tranquilo. Não há muito turismo, como em outras partes de Zanzibar e a vila local é habitada por pescadores. Ali se observa uma forma de viver bem simples e tranquila. Vale muito a pena.

De Kizimkazi saem passeios para ver e até nadar com golfinhos:
MAS ATENÇÃO
descobri um pouco tarde demais que o barulho dos barcos (e saem muitos barcos) atrapalha a ecolocalização dos golfinhos, isto é, a capacidade deles de se localizar através do som. Isso é extremamente estressante e prejudicial para eles, por isso, recomendo buscar um barco a vela para ir visitá-los. Além disso, o melhor é fazer esse passeio o mais cedo possível, porque barcos e turistas saem de todas as partes da ilha em busca dos golfinhos.
Em Kizimkazi também fica a Promised Land, um lodge e restaurante super aconchegante, com uma vibe de paz de espírito e um reggae tocando ao fundo. Um ótimo lugar para descansar, tomar uma cerveja e ver o maravilhoso pôr-do-sol.
Também vale a pena subir a ilha e visitar as praias de Jambiani e Paje. Lá o mar tem o mesmo tom azul-esverdeado das praias ao sul, porém há muito mais vento, o que torna Paje um dos principais points de Kitesurf de toda ilha. Jambiani também é especial pela presença dos “red monkeys”, uma espécie de macacos ameaçada de extinção. Um dos únicos lugares em que eles ainda podem ser vistos, é Zanzibar. Outro lugar da ilha em que os red monkeys, assim com outras espécies de macacos estão presentes é o parque nacional Jozani Chwaka Bay. A entrada custa 8 usd.
A Chwaka Bay, ao norte de Paje e ao centro da ilha, é onde fica o famoso restaurante The Rock. Sinceramente, foi a minha única decepção em Zanzibar. O restaurante fica no meio do mar e para acessá-lo é necessário pegar um barco ou esperar a maré baixar. Além disso o restaurante é absurdamente caro e as porções são minúsculas. Um passeio extremamente caro, turístico e pouco relevante para a experiência como um todo.
Um destaque da costa leste são as praias Kiwengwa e Matemwe. Já o norte da ilha é muito mais famoso e turístico que o sul e existe uma razão para isso: a água do mar ao norte, tem um tom de azul turquesa que eu nunca tinha visto antes na vida.

Areia fina, água turquesa, uma maré que não varia tanto… Não é surpresa que a praia de Nungwi, no extremo norte da ilha, se tornou a mais famosa! E por isso, o que não falta por lá são restaurantes, hotéis e festas. Gostei muito dos restaurantes Coco Cabana, Mama Mia e Coccobello. Também gostei da festa da lua cheia em Kendwa Rocks.
No norte da ilha também tem muitas opções de mergulho e snorkeling. A ilha de Tumbatu é deslumbrante, com uma vida marinha exuberante, muitos corais coloridos, peixes e estrelas do mar.
Na costa oeste, tem as “Spices Farms”, as fazendas com plantações dos temperos mágicos da ilha. Um tour por ali vale muito a pena, principalmente para quem gosta de cozinhar. Os valores dos passeios variam muito, porque encontrar quem te leve nessas fazendas é algo que se faz através do boca a boca e de contatos. Meu tour custou 5 usd.

O centro antigo da ilha, conhecido como Stone Town, é uma atração além das praias. Foi ali que Freddie Mercury, astro principal da banda Queen morou com sua família. Hoje a casa dele é um hotel e só pode ser visitada por fora.
Zanzibar teve muita influência árabe. E isso se manifesta na cultura, língua e arquitetura da ilha. As vielas e arcos de Stone Town são um retrato disso. Considerado patrimônio da Unesco, o centro de Zanzibar tem muitas construções e prédios importantes e cheios de história. Alguns deles são o museu “Beit el-Ajaib”, o antigo forte e a catedral anglicana, construída no local do maior mercado de escravos, fazendo-nos lembrar e refletir sobre a tristeza e as injustiças da escravatura.
De Stone Town também saem barcos para Prison Island, onde tem tartarugas gigantes de até 100 anos de idade. Também é possível ir para Nakupenda beach. Essas viagens custam cerca de 15usd
Para se locomover de norte a sul na ilha é um pouco complicado, pois as estradas são péssimas e o táxi é caríssimo. O transporte local é o dala dala, e andar nele é uma aventura à parte, mas que faz parte da experiência, além de ajudar muito na economia da ilha. De qualquer forma, recomendo organizar muito bem os passeios, e até dividir as hospedagens para não perder tempo e energia com os deslocamentos.

O que comer em Zanzibar?
Frutas. Muitas frutas. A ilha tropical é rica em todas as frutas imagináveis, como o nosso país, Brasil. Só que lá eles as usam muito na preparação das refeições todas. Há muitos pratos com banana e muitos com coco, que é utilizado até no feijão. Água de coco também é abundante, além, claro, de pratos com as especiarias da ilha, que são muitas.
Em Zanzibar ficam algumas das praias mais incríveis que eu já vi na vida. Lá tem muita dança, alegria, cultura, diversidade e tantas outras coisas que não são possíveis descrever. Isso é Zanzibar.