Por Maria Fernanda Romero
Fotos Dora Lua
Esse é o projeto de Dora, uma pirata romântica extremamente intensa – como ela se define em seu blog. Seu nome de batismo é Luane, mas em homenagem a personagem de Jorge Amado, escolheu ser chamada de Dora nesse seu projeto de transmitir suas vivências na estrada.
Dora nasceu em Recife e abandonou o colégio aos 15 anos por não se adequar saudavelmente ao sistema escolar, entretanto ela nunca deixou de estudar e aprender sozinha. Leu muitos livros e aprendeu duas línguas estrangeiras, inglês e espanhol. Viaja pela BR desde dos 19 anos e afirma categoricamente “ A vida nômade é a única vida possível para mim”.

Volta ao mundo
Apesar de viajar há alguns anos, o projeto Intuitive Dora nasceu em 2018. O objetivo é continuar viajando, mas também poder revelar os mundos que descobre a outras pessoas tão curiosas e apaixonadas pela vida quanto ela, mas que não querem ou não podem estar na estrada também.
Durantes esses 20 anos Dora quer dar a volta ao mundo, passando por todos os continentes e sem pegar aviões. Indo sempre por terra e mar, independente do meio de transporte, e sempre produzindo conteúdos em textos, vídeos e fotos sobre sua jornada, para o seu blog.
“Desde que saí de Recife tenho viajado principalmente de bike e, eventualmente, carona. Ao longo das décadas de duração dessa jornada, pretendo escrever livros sobre a viagem”.

Um idioma nativo de cada continente
Outro objetivo de Dora durante a sua jornada é aprender um idioma de cada continente. Ela já fala três línguas da Europa. Inglês ela aprendeu em 2017 estudando até atingir um bom nível para conversação, espanhol aprendeu escutando calle 13, mas principalmente viajando. Além do namorado peruano que teve, em Búzios, onde passou uma temporada de um ano, muitos turistas são argentinos.

Saber outros idiomas não só aproxima os viajantes das culturais e povos locais como também aproxima os viajantes entre si. Falar uma língua não é imprescindível, mas é uma chave muito importante na comunicação e na construção de amizades. “Ao grosso quem tá na estrada, mesmo no Brasil, são pessoas de outros países. Então, falando espanhol, eu estou integrada nessa comunidade viajera latino americana”, conta Dora.
“Permiti meu corpo flutuar na superficie, fechei os olhos e relaxei completamente. Pedi à mente que enviasse à minha consciência, a oração ideal para conjurar o mais perfeito estado de bem-estar. Focando na delícia de boiar no mar, ganhei a frase: “Deus é assim”.
Dora Lua
Ainda de olhos fechados, deitada sobre a mais confortavel cama do mundo, repetia e sorria “Deus é assim”.Deus é assim e tudo o que há no cosmos, há em mim também, por isso tenho tudo, nada me falta, a vida é uma delícia.”
Pausa durante a quarentena
Antes de começar a quarentena, a viajante pretendia realizar uma rota passando pelo Uruguai, Argentina, Paraguai, Mato Grosso do Sul, Bolívia e Peru. Quando comecou a pandemia ela percebeu que teria que fazer uma pausa nos planos de viagem para a quarentena. O problema é que ela já estava no Rio!
Dora pedalou durante 30 dias até a Bahia e agora está em quarentena na casa de um amigo. Seu plano para quando as fronteiras abrirem é ir direto para a Bolívia. Lá ela quer aprender seu primeiro idioma nativo sulamericano, o Quechua.

Desafios na estrada
Dora viaja como der, no momento é de bike ou carona e ela não enxerga isso como um desafio. Ela acredita que os únicos desafios na estrada são mentais e que não teve nenhum desafio concreto para começar essa volta ao mundo.
“A vida na estrada é a vida mais moleza entre tudo o que eu já experimentei. Passei por grandes desafios nos outros anos antes dessa saída definitiva para a vida nômade”.

No ano de 2017 Dora focou em resolver a sua mente. Ela quase não viajou naquele ano, mas depois que sentiu que estava livres dessas questões, saiu para volta ao mundo e até então não encontrou um desafio de verdade.

Minas pela Estrada
O Minas pela Estrada é o meu projeto de entrevistar ou postar conteúdos produzidos por mulheres viajantes de todos os tipos. Esse espaço foi criado para mostrar que diferentes tipos de mulheres podem viajar de diferentes formas!
