Nairóbi, uma capital de contrastes
Por Maria Fernanda Romero
Revisão Clara Porta Guimarães
Nairóbi não era nada mais do que um grande pântano até o fim do século XIX. Antes, a capital do Quênia era Mombasa. Isso até os ingleses construírem a linha de trem que liga Mombasa à Uganda, que é, até hoje, um dos trechos mais importantes para o comércio na região. Como Nairobi está localizada entre Mombasa e Kampala, a capital da Uganda, acabou sendo o local que os trabalhadores escolheram para se instalar. A partir de então, foi crescendo até se tornar a metrópole que é hoje. A atual capital do Quênia é a sexta cidade mais rica da África e a maior entre Cairo e Johannesburgo.
Por causa das chuvas constantes e da temperatura que varia de muito calor de dia a um frio quase agradável de noite, Nairóbi é muito rica em natureza e em vegetação: uma capital muito verde ao redor dos carros e prédios.

É também uma cidade de contrastes: um lado da cidade é muito rico, com hotéis, escritórios, prédios gigantes, cinemas, shoppings e muitas lojas de marca. Já no outro lado a miséria é escancarada. Kibera, a maior favela da África, está localizada ali.
O centro da cidade chega a me lembrar São Paulo. A River Road, avenida principal e também terminal dos matatus (o transporte local), pode ser comparada à 25 de Março. Lá é possível encontrar todos os tipos de estabelecimentos, e principalmente “barraquinhas” e comércios de rua. Tudo por um preço bem acessível. É confuso e bagunçado, mas é onde tudo acontece.

O que fazer em Nairóbi
Museu Nacional
O Museu Nacional de Nairóbi merece uma tarde inteira reservada só para ele. Ali é possível conhecer a história das mais de 40 tribos que formam a identidade queniana, assim como a história do Quênia desde sua colonização até a recente independência, em 1963.
O museu também conta com exposições de arte rupestre, fósseis de origem humana, exposições sobre mamíferos, vida aquática e também sobre a vida das aves. Além de tudo isso, há um parque de cobras na frente do museu. A entrada para o museu custa KES 1.800 incluindo o parque das cobras. A visita ao museu sem passar pelo parque custa KES 1.200.
KES é o código para a moeda do Quênia, o shilling queniano. Cem shillings quenianos valem um dólar, ou 27 shillings valem um real

Giraffe Center e Giraffe Manor
O Centro de Girafas de Nairóbi é um santuário de girafas. Quatro das nove espécies de girafas que existem no mundo estão no Quênia, dentre as quais a Rothschild, que está ameaçada de extinção. É por esse motivo que o santuário existe. Lá as girafas são cuidadas enquanto bebês e aos 3 anos de idade, já adultas, são reinseridas em parques nacionais da região oeste do país e da Uganda.
No centro é possível observar as girafas Rothschild, alimentá-las e também aprender muito sobre a vida delas. Ali há também um centro de educação ambiental que tem como principal objetivo conscientizar os visitantes sobre a importância da preservação ambiental.
Ao lado do centro de girafas está o Giraffe Manor, um hotel cinco estrelas, onde é possível se hospedar e interagir com as Rothschild. A entrada para centro custa KES 1.000,00.
Kenyatta International Conference Center
O Kenyatta International Conference Center é maior prédio público da cidade e o terceiro maior do Quênia. Tem 28 andares e uma vista panorâmica para toda a cidade. Um moderno centro comercial, com bancos, escritórios e também conferências. O rooftop é aberto ao público e custa KES 500.
Parque Nacional de Nairóbi
O único parque nacional dentro de um perímetro urbano do mundo, o Parque Nacional de Nairóbi oferece aos visitantes a possibilidade de vivenciar a natureza plena e harmônica. Algumas das espécies que podem ser vistas ali são: hipopótamos, gazelas, leões, zebras, girafas, búfalos, guepardos e leopardos, além de centenas de espécies de aves.
A entrada do parque para turistas é de 60 dólares e é necessário ter um carro para visitar. Pacotes a partir de 100 dólares ao dia são oferecidos por diferentes agências de turismo.

O que comer em Nairóbi
A comida tradicional do Quênia lembra um pouco a comida brasileira. Ugali é uma massa de milho que lembra o arroz, mas com uma consistência diferente. O feijão também é muito comum, principalmente acompanhado de couve. Ghiteri é outro prato típico com feijão, batata e milho. O Chapati, um tipo de pão, também é muito comum por aqui.
Como toda grande metrópole, Nairóbi oferece comida de todos os tipos. De comida japonesa a culinária etíope. A área de Westlands oferece muitas opções de bares e restaurantes. Os mais famosos da cidades são: o Mediterraneo, que serve comida italiana; o Hashmi, uma churrascaria indiana; o Sarabi, que é um bar e restaurante dentro de um hotel; e o Talisman, que é um restaurante de comida variada, mas principalmente do Oriente Médio.
Para a vida noturna, Nairóbi também tem opções de bares e baladas. Conheci algumas como a Black Diamond, Alchemist, Brew Bistro, K1 Klub House e o Kengeles Bar.

Em Nairóbi vale a pena também checar o Masai Market.Como já citado anteriormente, o Quênia é formado por mais de 40 tribos. A mais populosa delas é a Kikuyo, mas a mais famosa é a Maasai. Uma das características da cultura Masai é a cor vermelha, mas as vestimentas vão muito além disso. O mercado acontece todos os dias em um ponto diferente da cidade. Lá é possível encontrar diferentes tipos de artesanato, roupas e peças da cultura masai e aprender um pouco sobre ela.
Nairóbi é uma metrópole multicultural com muitos contrastes e opções de entretenimento e história. Muito indicado pra quem quer conhecer mais sobre o Quênia e entender um pouco sobre a África.
2 COMENTÁRIOS
Que texto!! Tirou muita onda Fernanda!
Ficou muito bem explicado! Pra qualquer um que nunca foi a este lugar, passa a ter uma noção muito grande!
Muito obrigada pela atenção e feedback :))